A Associação Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e
Serviços para Pessoas com Deficiência (ABRIDEF), em parceria com um dos
maiores institutos certificadores do Brasil, elaborou um plano para
certificar as empresas do setor. O projeto foi lançado oficialmente em
13/04, durante a XI Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação,
Inclusão e Acessibilidade (Reatech/SP).
Apesar do crescimento do mercado verificado nos últimos anos e da
movimentação de R$3,5 bilhões anuais, não há certificação oficial para
nenhum produto fabricado para atender essas pessoas, ou mesmo para
serviços. O setor conta com mais de 7.500 empresas que atuam na área da
saúde, reabilitação, inclusão e acessibilidade, de acordo com
levantamento realizado em 2011 pela Associação Brasileira de Ortopedia
Técnica (Abotec). O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro) anunciou que certificará cadeiras de rodas, em um
primeiro momento, mas o trabalho ainda não foi adiante.
Por causa de uma necessidade real do mercado se profissionalizar,
colocando à disposição das pessoas com deficiência e usuários produtos
de qualidade comprovada, a ABRIDEF, que completou dois anos de
existência em abril, resolveu assumir a responsabilidade da empreitada. A
entidade congrega 45 associados diretos e cerca de 400 indiretos,
representados pelas associações parceiras (Abotec e Associação
Brasileira de Tecnologia Assistiva - Abteca).
O plano prevê várias fases, a primeira de quatro anos, em que poderão
pleitear a certificação produtos como: aparelhos auditivos
convencionais, cadeiras de rodas manuais e motorizadas, componentes para
próteses, lupas eletrônica e manual, órteses e plataformas residenciais
e veiculares. A lista foi escolhida nesta primeira etapa, porque
envolve produtos que o Governo mais licita e compra. A ideia é que, no
futuro, sejam incluídas nas licitações as normas utilizadas para a
obtenção do selo, garantindo para o próprio governo a aquisição de
produtos com real qualidade. Na fase inicial também poderão pleitear a
certificação empresas de serviços, como consultorias em acessibilidade,
lojas de produtos e equipamentos médico-hospitalares e oficinas
ortopédicas.
A ABRIDEF será encarregada de elaborar as normas que deverão ser
seguidas, obedecendo à regulamentação e normas técnicas já existentes -
quando houver, tanto brasileiras quanto estrangeiras - e credenciar os
laboratórios e empresas certificadoras que deverão ser procurados pelos
interessados em obter o selo. No primeiro momento, a associação irá
subsidiar parte dos recursos que seus filiados necessitarão para
participar do processo. Nos 41 meses iniciais, os gastos previstos são
de cerca de R$ 3 milhões. A entidade está buscando apoio financeiro do
governo federal, com recursos do Programa "Viver sem Limite" para a
realização do processo inicial do selo de qualidade, que após a primeira
etapa deverá ser autossustentável.
Fonte: http://sentidos.com.br/canais/materia.asp?codpag=13827&
sexta-feira, 20 de abril de 2012
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